Quando criei este blog tinha como objectivo registar tudo o que fosse descobrindo sobre a minha família, mas também para contar as histórias que a foram moldando. Mais tarde, inscrevi-me no desafio 52Ancestors e o facto de ter de escrever sobre os temas propostos tem constituído um bom exercício para organizar a cabeça e o meu conhecimento sobre os Meus. Hoje gostava de falar sobre o meu Tio Carlos, marido de uma irmã da minha mãe, a Tia Isabel, de quem já contei histórias por aqui.
Preciso de escrever... de registar o que mais apreciava neste meu tio que, desde de que me lembro de existir (até à sua partida), fez parte das minhas memórias em família. Marcou-me a sua alegria, o seu bom-humor, a sua coragem em viver com uma doença incapacitante, mas também, e, principalmente, a sua educação!
O meu tio levava a sério "as boas maneiras". Por exemplo, um convite que lhe fizéssemos era agradecido, no dia seguinte ao encontro, em modo motivador e engraçado. O Tio dava importância a coisas muito valiosas que, com o dia-a-dia, se têm vindo a perder. O Tio não deixava de dedicar tempo aos outros, mostrando-lhes que deles se lembrava quando lhes telefonava por ocasião do aniversário, do Natal, do Ano Novo ou Páscoa. Para nossa casa, os telefonemas, começavam, muitas vezes, com uma brincadeira - apresentava-se como um pretendente que queria conhecer-nos e, com isso, punha-nos logo a sorrir. O meu Tio era um bom cozinheiro e um excelente crítico de cozinha! Sabia bem o sabor do requinte ou da qualidade. E à mesa, a refeição ganhava pelo modo como seguia os preceitos do "estar à mesa". O Tio valorizava o convívio e empenhava-se em tornar mais ricos os momentos em família.
Faz hoje 4 anos que o Tio nos deixou. Envio-lhe um beijinho e uma oração até à outra dimensão! ❤️

Imagem: Father’s pride (1859) Currier & Ives. (American, 1835 - 1907)